Com colaboração de Ana Thais Cordeiro.
Em entrevista ao jornalista Nelson Liano para o programa Shane Hui- A voz da Aldeia, que vai ao ar todos os sábados, às 8h, pela Aldeia FM e Difusora Acreana, os gestores da pasta ambiental do governo do Acre: o secretário de Estado do Meio Ambiente, Leonardo Carvalho; a secretária extraordinária dos Povos Indígenas, Francisca Arara; a presidente do Instituto de Mudanças Climáticas, Jaksilande Araújo; o presidente do Instituto do Meio Ambiente do Acre (Imac), André Hassem, e o presidente do Conselho de Administração da Companhia de Desenvolvimento e Serviços Ambientais (CDSA), Ernandes Negreiros, destacaram a integração das políticas públicas e a urgência na captação de recursos para o enfrentamento aos impactos das mudanças climáticas.
Na abertura da entrevista, o secretário de Estado do Meio Ambiente (Sema), Leonardo Carvalho, que assumiu recentemente a pasta, falou da importância da integração entre os órgãos ambientais estadual e federal e como pretende encarar os desafios à frente da secretaria.
“Estou muito aberto ao diálogo, para construirmos um caminho que seja bom para o estado do Acre. O primeiro passo já foi dado para fortalecermos o diálogo com as instituições, tanto do governo estadual, quanto federal. Esse alinhamento com o governo federal é de suma importância para que juntos com o Ibama, MMA e os demais órgãos estaduais, como o Imac, Batalhão de Polícia Ambiental e Bombeiros possamos obter os melhores resultados”.
“O desmatamento ilegal é um problema, mas não podemos atuar somente com repressão. Precisamos ampliar ações de educação ambiental e também oferecer condições para aqueles que vivem da produção. Estamos sofrendo muito com as mudanças climáticas, todo mundo sentindo na pele: ou é a seca ou é a cheia, e isso é um problema de todos nós, da humanidade, e precisamos unir esforços para encontrar soluções urgentes. E essas respostas estão também no respeito pela nossa floresta, às populações tradicionais e povos indígenas, que são quem cuidam e conservam nossas florestas”, destacou Carvalho.
A secretária de Povos Indígenas (Sepi), Francisca Arara, reafirmou a contribuição dos povos indígenas e a necessidade de um olhar especial aos territórios em todo o Acre.
“A política do estado do Acre tem muito a ver com os territórios indígenas. Hoje somos 16 povos, nós somos 36 terras indígenas, 246 aldeias, e nós temos dado uma contribuição muito grande para o enfrentamento ao desmatamento, para o equilíbrio. Estima-se que 90% dos créditos de carbono estão nos nossos territórios. Então, essa união, vai trazer muitos benefícios para os nossos territórios e também para a política pública”, destacou a secretária.
A recém empossada presidente do IMC, Jaksilande Araújo, reforçou as ações que vêm sendo realizadas para o pleno funcionamento das instâncias de governança do Sistema de Incentivo a Serviços Ambientais (Sisa), que tem garantido a participação social nas políticas públicas ambientais.
“O Sisa possibilitou a implementação do primeiro programa de REDD+ jurisdicional. Somos pioneiros com o Programa REM no Acre, desde 2010, gerando benefícios para quem vive nas comunidades rurais e indígenas. O IMC atua como coordenador técnico de todo esse sistema e temos trabalhado para fortalecer as instâncias de governança e dar transparência às ações do governo,” disse ela.
A gestora destacou ainda o planejamento do instituto para realização da primeira escuta participativa com as comunidades tradicionais, agricultores familiares e povos indígenas, prevista para ocorrer em dezembro deste ano.
“O objetivo é colher contribuições para o planejamento das consultas públicas sobre repartição justa de benefícios do Sisa”, destacou a gestora.
O presidente do Imac, André Hassem, falou da importância de potencializar as ações de educação ambiental e união para conter o crescente índice de queimadas no Acre.
“Desde 2019, quando assumimos o Imac, investimos na educação ambiental. E agora estamos com a equipe unida juntamente com a Secretaria de Meio Ambiente, uma equipe qualificada em um trabalho de campo, em todos os municípios, em parceria com a educação estadual, municipal, com a Secretaria de Saúde, em todo o Acre. Através dessa integração, também com os sindicatos rurais, as igrejas, e demais entidades e agora com a Sepi e IMC vamos somar esforços para melhores resultados. Essa integração é muito importante para as ações de enfrentamento aos crimes ambientais”, explicou o presidente.
O presidente do Conselho de Administração da Companhia de Desenvolvimento e Serviços Ambientais (CDSA), Ernandes Negreiros, afirmou que a integração entre os órgãos ambientais é fundamental para a efetivação das políticas públicas.
“Essa integração é uma exigência das instituições públicas e privadas no âmbito nacional e internacional de modo que o governo do Acre venha se consolidar na esteira de negociações e da valorização de seus ativos ambientais. Com essa sinergia, o Acre se fortalece ainda mais no processo de captação de recursos de fundos climáticos, necessários para continuidade às políticas públicas ambientais, e ações de enfrentamento ao desmatamento e queimadas ilegais. Nossa missão é garantir a continuidade das políticas de conservação aliadas ao desenvolvimento socioeconômico de nosso estado.”, destacou o gestor.