Acre: oportunidades e desafios para negócios na 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas

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Acre: oportunidades e desafios para negócios na 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas

O presidente da 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 26), Alok Sharma, anunciou a assinatura do documento com adesão de quase 200 países membros, na noite deste sábado, 13, em Glasgow (Escócia).

O Pacto Climático pretende limitar o aumento da temperatura a 1,5°C, caso as temperaturas globais continuem a subir. Cientistas afirmam que os efeitos poderão ser graves, como o calor extremo e catástrofes naturais como a seca e enchentes severas. No Acordo, os países mais ricos se comprometeram a contribuir com U$S 100 bilhões por ano até 2025 para financiar medidas para evitar o aumento da temperatura.

O documento foi o primeiro a constar de forma explícita a redução do carvão, considerado o pior combustível fóssil para emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE), sendo responsável por cerca de 40% das emissões anuais de CO2. Para cumprir a meta, acordada em Paris (2015), as emissões globais precisam ser reduzidas até 2030 em 45%. Outro ponto importante foi a finalização do livro de regras do Acordo de Paris e os pontos antes em aberto para exploração do mercado de carbono.

Brasil como grande exportador de crédito de carbono

O ministro do Ministério de Meio Ambiente (MMA), Joaquim Leite, que chefiou a delegação brasileira, classificou a participação do Brasil como uma “histórica conquista”, uma vez que o país atuou como articulador das negociações e pretende se tornar grande exportador de crédito de carbono, especialmente de floresta nativa, agro e energia.

De acordo com recente estudo da WayCarbon, que atua em consultoria estratégica em sustentabilidade e mudança do clima, o Brasil pode gerar até US$ 100 bilhões de dólares em crédito de carbono até 2030. Para explicar melhor como se dará essa nova dinâmica de mercado, a reportagem da Agência de Notícias do Acre mostra como o Brasil e o Acre pode contribuir para redução dos índices de desmatamento e atrair investimentos para geração de emprego e renda em favor daqueles que conservam as florestas.

O que é crédito de carbono

Embora tenha sido criado em 1992, no Rio de Janeiro, na Conferência ECO 92, com objetivo de medir os impactos ambientais causados por empresas, foi somente em 1997 com o Protocolo de Kyoto, que o crédito de carbono se estabeleceu como instrumento econômico criado para diminuir e/ou compensar a emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE). Em linhas gerais, os créditos de carbono funcionam da seguinte forma: uma grande organização (multinacional ou não) de países ricos que emite GEE pagam outros países menos desenvolvidos para não gerarem esses gases. A cada tonelada de GEE reduzida ou não emitida, gera-se um crédito de carbono, o que gera títulos as empresas poluidoras para compensação de suas emissões.

Tal dinâmica abre oportunidade de negócios nos mercados de carbono, no qual o Brasil vislumbra uma fatia significativa para investimentos em sistemas integrados de lavoura e pecuária (ILP), e lavoura, pecuária e florestas (ILPF), agricultura de baixo carbono (ABC), com potencial de geração de crédito de carbono entre 71 e 660 milhões tCO2e, que pode chegar até 66 bilhões de dólares.

Investimentos e benefícios socioambientais

Os recursos podem ser investidos em iniciativas de reflorestamento, manejo e restauração florestal sustentável com objetivo de gerar benefícios socioambientais como a diminuição das erosões, manutenção na biodiversidade, qualidade e disponibilidade hídrica, benefícios à saúde humana com a redução de desmatamento e queimadas. Soma-se ainda a geração de oportunidades para milhares de produtores rurais, ribeirinhos, extrativistas e indígenas com o fortalecimento da cadeia produtiva. A projeção otimista estima ainda quase 839.000 novos empregos com a geração de biocombustíveis, 166.000 com a geração de energia solar e 498.000 por ano para a geração de energia eólica, segundo projeção da WayCarbon publicado na Revista Exame.

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