Uma delegação da Noruega chegou à capital acreana neste sábado, 30, para acompanhar o processo de escuta do Fórum Participativo, que irá tratar sobre a atualização da repartição de benefícios do Programa ISA Carbono, do Sistema de Incentivo a Serviços Ambientais (Sisa), que será realizado nesta segunda e terça, 2 e 3, no auditório da Uninorte, em Rio Branco.
Do aeroporto, a delegação seguiu rumo a Brasileia. A primeira parada foi uma visita guiada na Fazenda Filipinas, onde são realizadas uma série de iniciativas socioambientais e da cadeia da meliponicultura.
No domingo, 1º, os membros da comitiva seguiram rumo à Reserva Extrativista Chico Mendes, símbolo da luta pela preservação da floresta. Na unidade residem aproximadamente 25 mil trabalhadores rurais, que sobrevivem financeiramente do extrativismo e da coleta da castanha.
Integram a comitiva internacional, o conselheiro do Clima e Floresta da Embaixada da Noruega, Ines Marques; o assistente da embaixada, Simen Kokkvoll; a conselheira sênior da Seção Florestal da Agência Norueguesa de Cooperação para o Desenvolvimento (Norad), Borghild Tønnessen-Krokan; a representante-residente adjunta do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) no Brasil, Elisa Calcaterra; o oficial de Programas de Clima e Meio Ambiente do Pnud, Gustavo Matsubara; a especialista técnica em Financiamento de Carbono Florestal, Clima e Florestas do Pnud, Milena Terra; e o gerente de transações da Emergent, Pietro de Bease.
A equipe foi recepcionada pelo seringueiro Raimundo Mendes, primo do ativista ambiental Chico Mendes, e percorreu uma trilha de extração da borracha, também conhecendo o trabalho desenvolvido pelas mulheres do Ateliê da Floresta, onde são produzidos artesanatos de madeira de forma sustentável.
Acompanhados da equipe governamental, a delegação internacional conheceu algumas das ações implementadas pelo governo do Acre na Resex, que conta com recursos do governo alemão e britânico, por meio do Programa REM.
Os recursos têm como objetivo apoiar o desenvolvimento sustentável dos povos e comunidades que vivem na floresta. O Programa REM Acre reúne uma série de projetos voltados para a conservação das florestas e a melhoria de vida de milhares de produtores rurais, ribeirinhos, extrativistas e indígenas, a exemplo do pagamento do subsídio da borracha, um incentivo financeiro no valor de R$ 2,30 por quilo.
A comitiva do governo do Acre foi coordenada pelo titular da Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Acre (Sema), Leonardo Carvalho; a presidente do Instituto de Mudanças Climáticas e Regulação de Serviços Ambientais do Acre (IMC), Jaksilande Araújo; acompanhada da coordenadora do Programa REM Acre, Marta Azevedo; da chefe do Departamento de Regulação do IMC, Fabiana Costa; do assessor jurídico, Gustavo Souza; e da consultora em agricultura familiar, Dinah Borges, ambos do Programa REM.
O que eles disseram
“As mudanças climáticas e o desmatamento estão entre os maiores desafios que a humanidade enfrenta hoje. Estamos representando a agência norueguesa de cooperação, e viemos ao Acre, na Reserva Chico Mendes, batizada com nome do ambientalista, conhecer a luta e o trabalho do Acre para reduzir o desmatamento”, disse a conselheira sênior da Norad, Borghild Tønnessen-Krokan.
“É muito importante a visita dos representantes da Embaixada da Noruega, que apoiam o governo do Acre com financiamento climático, para que possam ver um pouco das experiências que o governo tem executado, a partir do programa de REDD+ jurisdicional. Eles puderam dialogar com o Raimundão, que é uma liderança histórica e que acompanha de perto e defende muito bem essas ações de conservação e também de política de mudanças climáticas. Essa troca de experiência é muito importante também para que eles [comitiva] possam conhecer o modo de vida nas comunidades e sobretudo ajudar o governo na facilitação do processo de escuta, tanto de forma técnica como apresentando soluções e contribuições valiosas para o processo de atualização da repartição de benefícios do Sisa”, destacou o secretário da Sema, Leonardo Carvalho.
“Gostaria de agradecer ao governo de Acre por estarmos aqui, porque é muito importante conhecer o trabalho desenvolvido para conservação da floresta. Temos interesse muito forte na conservação da floresta e estamos trabalhando para apoiar o governo por sabermos que o Acre é muito inovador. Realmente é uma honra visitar a floresta e ver como as comunidades trabalham no dia a dia pela conservação da floresta”, destacou a representante-residente adjunta do Pnud, no Brasil, Elisa Calcaterra.
Matéria publicada originalmente na Agência de Notícias do Estado do Acre.